domingo, 19 de setembro de 2010

Sucot

22 a 29 De Setembro de 2010
“Celebrarás a festa das cabanas (Sucot) durante sete dias, uma vez recolhido o produto da tua era e do teu lagar” (Devarim 16:13).
RaShBaM comenta:”Uma vez recolhido o produto da tua era e do teu lagar”, quando a tua casa esteja repleta de tudo o que é necessário, lembra-te que em cabanas se mantiveram os Filhos de Israel, sem assentamentos nem descansos.
Então “lembrar-te-ás de todo o trajecto pelo qual te encaminhou o Eterno, teu D-us, quarenta anos no deserto e comeste maná para que saibas que nem só de pão vive uma pessoa, senão pela palavra de D-us viverá o homem”.
E porque te obriga a tudo isto:”Pois o Eterno, teu D-us, te traz à boa terra... Não vá acontecer que comas, te fartes, construas boas casas, te fixes, se eleve o teu coração te esqueças do Eterno, teu D-us, que te tirou da Terra do Egipto e te levou pelo enorme deserto cheio de serpentes, cobras e escorpiões; e quando estavas sedento, tirou água das rochas, e te deu de comer maná... E dirás no teu interior: minha força e meu poder fizeram-me toda esta grandeza; e recordarás o Eterno, teu D-us, pois ele te deu a força para fazer o poder”:
Porque é que D-us fixou a festa de Sucot na época da recolecção dos grãos do campo e da uva e nos obrigou a abandonar as nossas casas? Para recordarmos que os nossos antepassados não tiveram descanso nem residência fixa para que as pessoas não se orgulhassem com os seus bens e se esqueçam de D-us. Com estas palavras a Torá adverte-nos sobre o perigo da riqueza e do poder: Não aconteça que vás a acreditar em ti mesmo e te esqueças do teu Criador.
O orgulho é o maior inimigo do reconhecimento de D-us. Como disse o Talmud: “A Divindade pode habitar com todos excepto com o orgulhoso”.
Como comprovamos ao longo da nossa história, desde Moshé Rabenu até aos nossos dias, o bem estar e a tranquilidade económica foram sempre os precedentes da queda espiritual do nosso povo e atrás dessa queda sobrevieram as desgraças.
Foi por este motivo que D-us nos obrigou, durante uma semana por ano, a abandonar a nossa casa e sentir-nos temporários numa cabana, cujo precário tecto não nos proporciona segurança e nem sequer nos protege das chuvas. Esta mitzvá de viver na Sucá durante sete dias é, precisamente o meio para cumprir com o que nos ordena o Versículo: ”E recordarás que D-us...”
Leis costumes de Sucot
“E no quinze do sétimo mês, quando termine a colheita, celebrareis festa ao Eterno (a festa das cabanas) durante sete dias. O primeiro dia será de restrito descanso, como também o oitavo dia. E tomareis para vossos frutos de cidra (árvore cítrica), folhas de palma, ramos de mirta e de salgueiro de uma pequena corrente de água corrente e vos regozijareis perante o Eterno, vosso D-us, durante sete dias. Será uma festa de sete dias durante o ano para o Eterno. Lei eterna será para vós, esta festa, para que a celebreis anualmente cada sétimo mês. Vivereis em cabanas nesses sete dias. Cada natural de Israel habitará em cabanas, para que vossas gerações saibam que fiz habitar os Filhos de Israel em tendas quando vos libertei da terra do Egipto: Eu, o Eterno, vosso D-us” (Vaikrá 23:39-43)
São quatro os preceitos que a Torá nos encomenda na festa de Sucot:
1.- “O primeiro dia será descanso, como também o oitavo”.
2.- “Celebrareis festividade ao Eterno durante sete dias... e vos regozijareis perante o Eterno, vosso D-us, durante sete dias”.
Todo o trabalho que está proibido realizar em Shabat, está proibido fazê-lo no primeiro e no oitavo dias de Sucot, como nas demais festividades, excepto os mesteres necessários para a preparação de alimentos, o transporte de objectos pela via pública e passar pelo fogo de uma torcida pré acendida a uma outra.
A comparação dos dias festivos com Shabat encontramo-la em vários pesukim (versículos) da Torá, nos quais as festas são nomeadas com o nome de “Shabat Shabaton”. A respeito de Sucot, lemos em Vaikrá 23:39: “E no dia quinze do mês sétimo da colheita, celebrareis festividade o Eterno durante sete dias. O primeiro será de restrito descanso, como também no oitavo dia”.
Entretanto, a Torá permitiu realizar as tarefas indispensáveis para a celebração da festa (“E o alimento da pessoa, apenas é, e será feito para vós”). Foi desta maneira que nos permitiu cozinhar o necessário para o mesmo dia mas não de um dia festivo para o seguinte ou do dia festivo para Shabat (excepto com Eruv Tavshlim). Apesar de nos permitir cozinhar, proibiu-nos acender ou apagar fogo, como também nos foi proibido o uso da electricidade, permitindo-se apenas acender o fogo de uma torcida pré-acendida.
Devido a que está permitido transportar alimentos pela via pública, também nos está permitido tirar qualquer objecto necessário como as chaves do apartamento, por exemplo.
3.- “E tomareis para vossos frutos de cidra, folhas de palma e salgueiro de corrente”.
Todos os preceitos devem cumprir-se da melhor maneira possível, procurando embelezá-los segundo os nossos meios materiais.
“Este é o meu D-us e a sua beleza”, disse o versículo. Por isso devemos esmerar-nos no embelezamento das mitzvot, em especial na do lulav, o qual está mencionado como “Fruto eleito”.
São quatro os componentes deste preceito: um Lulav (palmeira), um Etrog (cidra), três Adassim (ramos de mirta) e dois Aravot (ramos de salgueiro).
Dezenas de livros se escreveram sobre os detalhes e leis da Sucá e do Lulav, pelo que não temos a possibilidade de abarcar neste comentário todo o tema. Apenas se exporão aqui algumas leis para que sirvam de guia básico. Para maiores detalhes sobre este caso, recomendamos a consulta de um rabino da comunidade.

O Lulav (palmeira) deverá ter como medida mínima 4 amot (32-40 cm), apresentar umm tronco recto e verde (não deverá estar seco) e os suas folhas não devem estar demasiado abertas (caídas); as duas últimas folhas deverão estar completas e pagadas (tiomet).

O Etrog (cidra) deverá ter como mínimo o tamanho/peso de um ovo ( 60-100 gr), e possuir forma oval e não redonda: a sua côr deve ser amarela ou verde amarelado e deve ser uma fruta fresca ( não deve ser do ano passado). Não deve apresentar nenhuma perfuração e deve estar completo, isto é, que deve ter a parte correspondente ao ramo e à coroa (se esta última caiu enquanto o Etrog estava na árvore, este considera-se apto para cumprir a mitzvá). Não devem ver-se manchas negras ou brancas na maioria do fruto ou na sua parte superior (aonde ainda uma pequena mancha negra ou danificava), nem rasura alguma que atravesse a cáscara verde em toda a sua espessura.
Na actualidade encontram-se no mercado muitos tipos de incetos de Etrog, em especial com limão, que nãao são aptos para cumprir o preceito, pelo que é muito importante certificar-se de que os Etroguim foram plantados colhidos por pessoas temerosas a D-us.
Entre as características do Etrog que se diferenciam do limão, encontra-se o seu aspecto exterior enrugado (o limão é liso); na sua maioria têm uma cáscara seca (o limão com sumo), a sua rama está incrustrada (enquanto que no limãao sobressai). De qualquer modo, existem hoje excertos tãao perfeitos que exteriormente é impossível diferenciá-los.

Os três Adassim (ramos de mirta): da palavra “avot”, deduziram os nossos Sábios que o arbusto escolhido por D~us deve apresentar como mínimo três folhas no mesmo gomo e que as folhas devem tapar-se uma às outras (se as três folhas não crescem à mesma altura, denomina-se “shoté” e não é válido para cumprir a mitzvá). Cada ramo deve ter no mínimo 3 amot (24-30 cm), as suas folhas frescas e completo o seu extremo superior. Devido a que se secam rápidamente deve-se procurar manter as Aravot em lugares frescos e húmidos e substituí-las quando as folhas começam a cair ou a secar. Devem-se ter os msmos cuidados no que respeita às Aravot que se utilizam em Hoshaná rabá.

Dos Aravot (ramas de sauce). Cada ramo deve ter no mínimo 3 amot (24-30 cm), as suas folhas frescas e completo o seu extremo superior. Devido a que se secam rápidamente deve-se procurar manter as Aravot em lugares frescos e húmidos e substituí-las quando as folhas começam a cair ou a secar. Devem-se ter os msmos cuidados no que respeita às Aravot que se utilizam em Hoshaná rabá.
Antes de pegar nas quatro espécies, deve bendizer-se, “Al netilat Lulav”, (no primeiro dia também se deve pronunciar a benção de “Sheheheianu”). Depois pega-se no Lulav (amarrado com uma folha de palmeira junto com os Adassim e as Aravot) na mão direita e o Etrog na mão esquerda; unem-se as mãos, agitam-se as quatro espécies nos seis sentidos. Costuma-se a bendizer pelas Arbaat Hamanim (as quatro espécies) na sinagoga, no momento de Halel. Há quem o faça na Sucá, aantes daa reza matutina.
Muitas foram as explicações e causas expostas pelos nossos Sábios a respeito deste preceito.
Um dos mais divulgados símbolos que reflectem as quatro espécies, recorda-nos os diferentes filhos que formam a grande família do povo de Israel: o Etrog, por exemplo, que possui côr e sabor, simboliza o perfeito conhecedor da Torá e observante dos preceitos; o Lulav, que representa frutos mas que possui cheiro, simboliza aquele que é recto observante mas sem conhecimentos; o Adás, com com cheiro sem frutos, representa o malvado que, conhecendo a Torá, não a cumpre; a Aravá, sem fruto nem cheiro, é o exemplo do judeu simples que não conhece nem cumpre com os preceitos.
Apesar da direfença entre estes quatro tipos de pessoas, a Torá obriga-nos a uni-los (Agudá achat) e a elevá-los por intermédio do cumprimento dos preceitos, para D-us, o que simboliza, ao mesmo tempo a arebut (responsabilidade recíproca) entre todos os judeus, em qualquer lugar onde se encontrasse, quer em terreno físico quer espiritual.
4.- ”Vivereis em cabanas nesses sete dias”.

“Vivereis em cabanas nesses sete dias. Cada naturalde Israel habitará em cabanas, paara que vossas gerações saibam que fiz habitar os filhos de Israel em tendas quando os libertei da Terra do Egipto; Eu, o Eterno, vosso D-us”: O preceito característico desta festa é o de viver na Sucá.
Muitos foram os comentários escritos pelos nossos Sábios a respeito da Sucá. De entre as conclusões que se extraem do estudo da Torá, deduzem que existe a obrigação de “sentar-se” dentro da Sucá e é por isso que esta não deve ser demasiado alta (até 20 amot, isto é, não ser mais alta que 10’ 12 metros).
Por outro lado, as ripas do tecto não dvem cobrir totalmente a cabana, para que se possa ver o céu (então a sucá assemalhar-se-ia a uma casa). Por este motivo, deverá ter um tecto com ramos de árvores ou canas, arrancadas das suas raízes (a que se constrói debaixo de uma árvore ou de um balcão não é apta).
Essas ripas ou madeiras, na sua maioria, nãao devem proceder de instrumentos desmantelados (como escadas, camas, caixas para transporte, restos de construção, etc). Também não deverão ser roubados nem públicos, devido a que a Torá nos advertiu:”Farás para ti”.
A ramagem do tecto deve ser espessa ou suficiente para que até ao último dia da festa prodiga mais sombra que sol (sobre o sol) ao meio dia. Os ramos não devem ser colocados sem intenção (cavaná) ou antes um mês antes de Sucot.
Os ramos não devem cheirar mal ou estar secos ao ponto das folhas caírem dentro da Sucá, devido a que seria indesejável habitar nela, contadizendo assim a Torá que disse:”Sete dias sentar-vos-eis aí”.
As paredes da Sucá têm que ser três, com uma altura mínima de um metro. Podem ser feitas de qualquer material, com a condição de que sejam bastante rígidas para poder suportar um vento normal e não oscilar mais de 10 cm( por esta razão,as cabanas de pano que não estão reforçadas com arame ou madeira não são aptas para o cumprimento do preceito).
Devido a que a altura obrigatória da Sucá é de um metro, pode-se construir uma Sucá com 4 ripas de madeira, separados por uma distância de mais de 70 cm, rodeando cinco vezes as ditas ripas com uma corda ou arame (cada linha deve estar a menos de 24 com da seguinte devido a que o vazio de menos de 3 tefachim-24cm- não se considera como tal).
Deve-se construir primeiro as paredes e só depois colocar o arame. Este último não deve ser pregado nem reforçado com madeira ou cordas que não sejam aptas para o arame da Sucá.
A Sucá construída dentro de asa por meio de tectos demontáveis, não poderá ter desde a parede até o arame mais de 4 amot (2 m) para que se possa considerar como a curvatura da parede (dofen akumá).
A Sucá deve ser construída de tal modo que se possa viver (comer e dormir) sem empedimentos nem incómodos. Se uma pessoa não pode suportar o frio ou os insectos, não se considera Sucá e não cumpre com o preceito ainda que se esforce para comer e dormir nela.

A mitzvá obriga-nos a viver sete dias na Sucá, pelo que devemos fazer todos os possíveis por sentir-nos “em casa”, por meio de uma formosa Sucá bem ornamentada com bons utensílios e cómodos assentos e camas.
Estamos obrigados a comer (apenas se considera comida se os alimentos são acompanhados de pão) e dormir na Sucá durante sete dias(8 no estrangeiro).
Devemos procurar permanecer o maior tempo possível dentro da Sucá. A primeira noite estamos obrigados a comer, ainda se não o desejamos, a diferença dos demais dias em que se comemos pão não há obrigação de fazê-lo na Sucá.
Em Simchá Torá (último dia de Sucot) está proibido comer e dormir na Sucá, pois a Torá ordenou-nos fazê-lo durante sete dias (oito no estrangeiro) e não 8 (9 no estrangeiro).
Todos os adornos e frutos pendurados na Sucá não deverão ser usados ou conssumidos até depois da festa, ainda se se caem por si sós.
Com a benção do pão deverá bendizer “Leshev BaSucá”, excepto no primeiro dia e em Shabat, que sepronuncia o Kidush. Na primeira noite agrega-se também a benção de “Shehecheianu”.
Hoshaná Rabá
O último dia do Hol Hamoed de Sucot é denominado Hoshaná Rabá, devido às múltiplas repetições da oração “Hosha-ná” (Salva-nos, por favor), que se diz em todos os serviços matutinos da festa, nos quais se costuma rodear a Tevá com o Sefer Torá, dando uma volta cada dia e no último, Hoshaná Rabá, sete em recordação dos rodeios das muralhas de Jericó (Yerichó).
Outras das obrigações deste dia é o atalho que se realiza com a Aravá, que fizeram os nossos Sábios em recordação do preceito de rodear o altar do Templo durante toda a festa de Sucot com estas espécies. Ainda que com um só ramo se possa cumprir esta mitzvá, costuma-se amarrar em forma de cacho cinco ramos (com as mesmas características apontadas anteriormente com respeito à Artavá e ao Lulav). Depois o atalho, costuma-se bater com eles no solo da terra.
Também se costuma estudar toda a noite ou ler Tikun Hoshaná Rabá, recordando desta maneira que se finaliza o ciclo anual da leitura da Torá em Simchá torá.
Segundo o Midrash, D-us julga em Rosh Hashaná, ditamina em Yom Kipur e reafirma a Sua sentença em Hoshaná Rabá, pelo que este dia de estudos e orações é muito importante para consolidar a nossa estabilidade espiritual que nos permite, por sua vez, mudar os desígnios desfavoráveis que foram decretados desde os Céus.

Simchá Torá
“Ao oitavo dia , que será de sagrada convocação para vós, apresentareis oferta ao Eterno e não fareis nenhum trabalho” (Vaikrá 23:36).
No oitavo dia de “Atseret“(descanso), a expressão “Nenhum trabalho fareis neste dia” não pertence a Sucot senão que se trata de uma festa de per si, como disse o Midrash Rabá: “Depois de quase um mês de contínua convivência com a Divindade, vem D-us e pede-nos que nos retenhamos um dia mais com Ele”.
Neste dia, termina-se e começa-se novamente a leitura da Torá pois de aí provém o nome Simchá Torá, devido a que o estudo e o cumprimento da Torá deve fazer-se com alegria.

Nos serviços de Simchá Torá costuma-se tirar todos os Sifré Torá (Rolos da Torá) e dançar diante deles em sinal de alegria, como aconteceu quando o Rei David trouxe a Arca da Aliança a Jerusalém e como conta o profeta Samuel (Shmuel), o mesmo Rei dançava diante da Arca como um jovem.
Costuma-se repetir a leitura da Torá quantas vezes seja necessário para que todos os correligionários possam “subir” à Tevá e também se costuma reunir todos os meninos menores de 13 anos para que subam todos juntos à leitura.
Aquele que finaliza como aquele que começa a leitura do Sefer Torá , denominam-se “Chatné Torá” (noivos da Torá) quem costumam convidar os assistentes a um Kidush festivo, expressando assim o regozijo pela honra recebida nesse dia.
“Alegrem-se e disfrutem da alegria da Torá”.

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