Israel não deterá chefe do Mossad por morte de líder do Hamas
JERUSALÉM - O governo israelense rejeitou nesta sexta-feira, 19, os pedidos para que o chefe do serviço de espionagem do país, o Mossad, fosse preso por suposta responsabilidade na morte de um líder do Hamas. "A polícia de Dubai não forneceu provas para incriminá-lo", disse um alto funcionário de Israel, que pediu anonimato.
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Polícia de Dubai pede ordem de prisão contra chefe do MossadDubai acusa espiões de Israel de matar líder do HamasDetidos por morte de líder do Hamas trabalham para o Fatah, diz jornal israelenseO chefe da polícia de Dubai afirmou, na quinta-feira, querer que o chefe do Mossad, Meir Dagan, seja preso caso a agência comandada por ele seja responsável pelo assassinato, no mês passado, de Mahmoud al-Mabhouh, um alto comandante do movimento islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza.
"As ameaças contra Meir Dagan são absurdas", disse o funcionário israelense. "A polícia não explicou as circunstâncias da morte, nem deu qualquer prova de que ele tenha sido assassinado. Tudo que há são vídeos de pessoa falando ao telefone", afirmou.
Al-Mabhouh, um dos fundadores do braço militar do Hamas, foi encontrado morto em um quarto de hotel em Dubai no dia 20 de janeiro. A polícia afirma que ele seguiria para a China, e depois para o Sudão. A viagem seria para comprar armas.
Nenhum governo acusou diretamente Israel, mas o chefe de polícia de Dubai, general Dahi Khalfan Tamim, disse que quase certamente o líder do Hamas foi morto pelo Mossad. A agência de espionagem israelense já utilizou no passado passaportes falsos para realizar ações similares.
A Interpol emitiu na quinta-feira mandados de prisão para 11 suspeitos - seis com passaportes britânicos, três com irlandeses, um com documento francês e outro com o alemão, por suposto envolvimento no crime. O suposto uso de passaportes europeus falsos levou os governos de Grã-Bretanha, Irlanda, França e Alemanha a convocarem diplomatas israelenses para explicações na quinta-feira. O funcionário israelense minimizou o assunto. "Israel foi apenas convidado a ajudar a investigar o uso dos passaportes falsos."
O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, ressaltou na quinta-feira a necessidade de uma "investigação completa". Na segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, deve enfrentar duros questionamentos, quando se encontrar com colegas europeus em Bruxelas, em uma visita anteriormente planejada.
Parte da mídia israelense demonstrou temor de que Israel possa ficar no olho de um furacão diplomático. O jornal Haaretz, porém, citou um funcionário prevendo que o assunto logo perderá força. A imprensa israelense notou também que, apesar da controvérsia, os governos ocidentais não estavam lamentando a morte do líder do Hamas. As informações são da Dow Jones.