terça-feira, 29 de março de 2011

Um local a ter em conta...

Judiaria da Guarda...

A Guarda conserva um bairro que mantém o aspecto geral da judiaria, os seus arruamentos e casas, não obstante de ter sofrido alterações, principalmente nos últimos decénios. Desde o repovoamento de D. Sancho I até à expulsão e conversão forçada, (1496), sempre aqui houve judeus. Sabemo-lo pelo foral sanchino, pelos Costumes e pelo foral novo de D. Manuel I, de 1 de Junho de 1510. As casas da judiaria são baixas, térreas ou de um só andar. As casas sobradadas da gente do Povo eram raras até ao séc. XIV, multiplicando-se a partir de então. As moradias dos mercadores apresentam, normalmente, uma porta estreita e uma porta larga. Esta abria para a loja, isto é para o estabelecimento comercial. A estreita dava entrada para as escadas, que conduziam à residência assoalhada sobre a loja de comércio. Curiosamente, muitas destas casas têm as ombreiras e torsa trabalhadas em bisel, quer na porta de entrada da habitação, quer na do comercio. O largo da judiaria, apesar das adulterações, é um dos recantos mais castiços da Guarda primitiva, na modéstia dos seus edifícios. O comércio e o desenvolvimento agrícola encrementado ao longo dos séc. XVI e XVII, modificaram o ruralismo introduzindo na Guarda a arquitectura pesada quinhentista a que se seguiu a filipina, com cornijas salientes, gargulas de canhão, pátios e amplas salas. Havia ainda um arrai-menor, o qual, entre outras funções, determinava os tributos que deveriam pagar os judeus daquela comarca, o que por vezes levantava protestos, como aconteceu no tempos de D. Afonso IV. Os judeus tinham sinagoga. Inicialmente funcionou num edifício alugado. Depois, construíram-na. A judiaria tinha a entrada principal às Quatro Quinas, local onde confluem três ruas que se cruzam e foram quatro esquinas de rua.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Um espaço a ter em conta...

Sinagoga Linhares da Beira...

É uma das Aldeias Históricas portuguesas. Possuía uma judiaria que pode ainda hoje ser localizada. Num edifício perto do centro, devidamente assinalado, existe uma casa manuelina onde funcionou antigamente uma sinagoga. Esta comunicava com as casas anexas, das quais subsistem apenas os locais das portas. Aqui é possível ver a mais bonita janela de estilo manuelino da aldeia.
A judiaria era composta pela Rua Direita (da Procissão) e Rua do Passadiço (da Judiaria). Ainda hoje é possível notá-la através dos portais chanfrados dispersos pela povoação e também através das janelas manuelinas. As casas dos cristãos novos têm, nas ombreiras das portas, cruzes que os protegiam da Inquisição. Mesmo assim, muitos processos foram instaurados a famílias com nomes como Fernandes, Linhares, Nunes, Rodrigues, Froes, Antunes.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Um espaço a ter em conta...

A Sinagoga de Tomar...
A Sinagoga de Tomar é o único templo judaico proto-renascença existente actualmente no país.
Fica situada na actual Rua Dr. Joaquim Jacinto, num nível inferior ao do pavimento da rua. Antigamente designava-se esta rua de Judiaria, onde habitavam muitos judeus, que revelaram um importante papel no desenvolvimento da cidade de Tomar nos sécs. XIV e XV.
A Sinagoga foi construída por ordem do Infante D. Henrique em meados do séc. XV. Esta tem uma construção de planta quadrada com um abobadamento que assenta em quatro colunas.
Para efeitos acústicos, encontram-se nos cantos da Sinagoga oito bilhas de barro viradas ao contrário, estas encontram-se embutidas nas paredes.
Ao longo dos séculos, a Sinagoga teve várias funções de utilização. No séc. XVI foi transformada em Cadeia Municipal, passando depois para armazém no séc. XIX. Dr. Samuel Schwarz, em 1923, compra a Sinagoga e restaura-a, doando-a em 1939 ao Estado.
A Sinagoga em 1942/43 é alvo de obras de adaptação para acolher o actual Museu Luso-Hebraico Abraham Zacuto.

Jejum de Esther

LEIS E COSTUMES PARA OBSERVAR

Purim começa no Sábado à noite (19 de Março) e segue durante todo o Domingo (20 de Março).
O jejum de Ester é durante a quinta-feira de dia, 17 de Março. A Meguilá conta que antes da Rainha Ester se aproximar do Rei para pedir pelo seu povo, ela jejuou junto com os judeus que viviam na capital Shushan.
As Mitsvot de Purim são as seguintes:
1) Ouvir a leitura da Meguilá na sinagoga, 2 vezes (Sábado a noite - 19/Março e Domingo de dia 20/Março)
2) Falar "Al HaNissim" na reza da Amidá e no Bircat Hamazon, agradecendo a D'us pelo grande milagre de Purim
3) No Domingo, de dia (20 de Março) nós cumprimos a mitsvá de "Mishloach Manot," mandando 1 presente com 2 alimentos casher, prontos para comer, para 1 amigo(a). Como exemplo, pode ser uma combinação de refrigerante, fruta, biscoito casher, etc.
4) "Matanot LaEvyonim" - dar Tsedaká (caridade-justiça) para pelo menos 2 pobres, no Domingo de dia (20 de Março). Pode-se dar a contribuição na sinagoga que distribuirá depois para os pobres.
5) Comer uma Seudat Purim - uma refeição festiva, no Domingo, de dia (20 de Março), para celebrar o milagre.
Pergunta: Por que a Meguilá é chamada de "Meguilat Estér" - e não "Meguilat Mordechai"?
Resposta: A vida da Ester não estava em perigo com o decreto do Rei, pois, seguindo instruções de Mordechai, ela não revelou a sua identidade judaica para o Rei. No entanto, Ester arriscou a sua vida para pedir pelo seu povo. Como foi ela quem arriscou a sua vida, a Meguilá recebe o seu
nome. Além disso, os nossos sábios contam que a palavra "Ester" vem da palavra "Astir", que quer dizer "Eu esconderei". E o milagre de Purim foi um "milagre escondido" pois ele aconteceu por intermédio da Rainha Ester e, portanto, pareceu ser resultado da ordem natural dos eventos em vez de ser um milagre Divino.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Exposição de pintura Brodeschi


27 de Fevereiro a 27 de Março de 2011


No Museu Judaico de Belmonte encontra-se uma exposição, composta por 12 quadros, retrata as festas e tradições da cultura Judaica. Esta série faz parte de uma coleção de obras, que desde 2001 é capa do jornal Visão Judaica da Comunidade Judaica de Curitiba - Brasil, onde vive o artista.


O autor, Aristide Bradeschi, além de artista plástico é arquitecto e nasceu na Roménia (em 1947). Formado pela faculdade de Arquitectura de Ion Mincu (1970), desenvolveu projectos em Timisoara e também em Jerusalém, cidade onde residiu dois anos.

Um espaço a ter em conta...

Casa do gato negro em Trancoso,

Desafiamo-lo a descobrir as casas onde viveram os judeus que aqui se estabeleceram no séc.
XV. Identificam-se pelas duas portas, uma mais larga para o comércio a que se dedicavam e outra mais estreita para uso doméstico. A Casa do Gato Negro (no Largo Luís de Albuquerque), a antiga sinagoga e residência do rabino, é uma das mais emblemáticas. Um dos judeus mais conhecidos de Trancoso foi o misterioso Bandarra (1500-45), um sapateiro poeta que profetizou o futuro de Portugal e serviu de inspiração a muitos escritores, entre os quais se encontra Fernando Pessoa.

terça-feira, 1 de março de 2011

Um espaço a ter em conta...

Esta semana sugerimos Sinagoga de Castelo de Vide...

A Sinagoga está situada na Rua da Judiaria / Rua da Fonte, o edifício orienta-se no sentido Este / Oeste.
Todo o conjunto é constituído por um só volume, com dois pisos.
Vulgarmente chamada "Sinagoga", mas com o nome apropriado de "BEIT-HA - MIDRASCH-SEFARDIN". No compartimento destinado ao culto, no seu interior, tem instalado o tabernáculo, com as respectivas cavidades destinadas às lamparinas dos "Santos Óleos" e ao lado direito desta peça, uma apoiaria as sagradas escrituras, em que na base estão implantadas sete bolas indicadoras dos seis dias em que Deus criou o mundo e do último dia, o sétimo, descanso da obra. No séc. XVIII sofreu obras de adaptação para residência. Foi reconstruída respeitando a traça primitiva em 1972.
Uma porta de acesso ao primeiro piso apresenta uma pequena concavidade que se chama a marca da MEZUZAH, palavra hebraica que significa "ombreira da porta". Esta concavidade destinava-se a guardar um estojo que continha um pequeno pergaminho em que se escreviam algumas das palavras do SHEMA, oração fundamental do culto judaico.


Todos as portas são em ogiva que arranca de impostas com arestas vivas, toros e caneluras.